São José Operário no Dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras


    Hoje celebramos a memória de São José Operário enquanto vivemos também o dia dos Trabalhadores e Trabalhadoras. Pensando nisso, os irmãos dos serviços de DHJUPIC e AE fizeram um resgate da importância desse dia.
    Em 1 de maio de 1886, em Chicago (EUA), milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar “contra as condições de trabalho desumanas às quais eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias” (Pastoral Operária). A cidade foi movimentada por passeatas, manifestações e discursos, mas a polícia reprimiu duramente, havendo prisões, feridos e até mortes no confronto. A partir daí, as reivindicações foram nutridas e desenvolvidas em memória aos mártires desse dia, fazendo o mundo refletir. E, em 1889, num Congresso de Trabalhadores ocorrido em Paris (FRA), essa memória foi estabelecida como o dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras.
    A precarização do trabalho poderia ter ficado somente como marca de luta vivenciada à custa de muita exploração e sangue derramado no passado, mas de maneira preocupante, avançou sobre o séc. XXI. No ano passado a Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou para precarização do emprego em nível mundial, em que “os indícios sugerem que a taxa de pobreza cresce quanto menor for a duração dos contratos”, segundo relatório da mesma e, que esse cenário advém em grande parte da prevalência de contratos temporários de curta duração, o que poderia gerar insegurança aos trabalhadores pela volatilidade de seus rendimentos.
    No Brasil esse cenário já estava agravado, mesmo antes da Pandemia do Covid – 19 e tem seus reflexos pelo avanço da informalidade no mercado de trabalho. Anos após a Reforma Trabalhista, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do último trimestre de 2019, foi identificada que “a taxa média anual de informalidade em 2019 para o Brasil ficou em 41,1% da população ocupada” e que foi recorde em 19 estados brasileiros (IBGE). 
Nesse cenário atual e a nível mundial, atravessando o período da Pandemia e se projetando para o curto e médio prazo pós-pandemia, a OIT defende a adoção de medidas urgentes para ajudar trabalhadores e empresas pequenas: “Para milhões de trabalhadores, a ausência de renda é igual à ausência de comida, de segurança e de futuro. [...] À medida que a pandemia e a crise do emprego avançam, a necessidade de proteger a população mais vulnerável se torna mais premente." (Guy Ryder, diretor-geral da OIT/OIT Brasil).


    Essa conjuntura faz pensar que a luta, organização e solidariedade continuarão por parte da classe trabalhadora e faz parte dessa luta continuar vigilantes e ativos na democracia, contra novas formas de escravidão, que se apresentando através da precarização do trabalho.  Para que o lema “Livrai o explorado da mão do opressor (Jr 21, 12)” levantado pela Pastoral Operária nos seus materiais de reflexão, seja garantido sob a forma da manutenção dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
E em 1955, depois de muitas aclamações do povo que sofria muitos conflitos e revoltas sociais, o Papa Pio XII deu aos trabalhadores um patrono: São José Operário. Pai adotivo de Jesus Cristo e modelo protetor da Igreja e da Sagrada Família. Sobre a cristianização da data, o Papa disse: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.” São José é descrito na Bíblia como um homem justo e sua vida é utilizada por Deus para a santificação de Suas obras, por isso ele é nosso modelo na realização de todos os trabalhos, pois acreditamos que tudo que fazemos é para a honra e glória de Nosso Senhor.
    Sejamos sensíveis a classe trabalhadora, como nos ilumina o Papa Francisco: “o mundo do trabalho é uma prioridade humana” e que “sempre houve uma amizade entre a Igreja e o trabalho, a partir de Jesus trabalhador”.


Fontes:




http://www.pastoraloperaria.org.br/Data/Upload1/f5d174c21%c2%ba%20de%20MAIO%20de%202020%20-%20Pastoral%20Oper%c3%a1ria.pdf

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