DEPOIMENTO
Meu nome é Lorena de Castro
Oliveira, sou Jufrista e, no dia 29/11/2016, participei da manifestação em
Brasília contra a PEC 55 (PEC do teto dos gastos) juntamente com estudantes,
secundaristas e professores. Presenciei diversos momentos, sendo estes bons e
ruins. Chegamos a Brasília aproximadamente 11 horas da manhã. As ruas estavam
cheias, muita música e gritos de ordem. A partir daí começou-se uma conversa
para que pudéssemos decidir o que faríamos de Ato concreto ao chegar ao
Congresso Nacional.
Houve muitas divergências, claro,
muitos estavam dispostos a sofrer Repressão policial (o que parecia ser normal,
quando se trata de uma manifestação) como: “tomar tiros de balas de
borracha", “bombas de efeitos moral”, entre outros. Os argumentos foram de
que se essa manifestação fosse pacífica não seríamos ouvidos, como de fato não
estávamos sendo. Outros queriam uma caminhada pacífica, sem que houvesse Atos
Radicais. Posteriormente, iniciamos a caminhada do Museu Nacional até o
Congresso Nacional, onde já estavam acontecendo às votações da Reforma do
Ensino Médio e, às 20 horas, iria começar a votação da PEC 55.
Nessa caminhada observei diversos
movimentos e muita diversidade: Homossexuais, Negros, Mulheres, Índios... Todos
querendo que sua voz fosse ouvida. Enfim, ao chegar em frente ao Congresso,
após 15 minutos, aproximadamente, houve um ato isolado: um carro foi jogado em
direção à PM. Foi aí então que começou a repressão policial, bombas de gás
lacrimogêneo, bombas de efeito moral, gritos... Dessa vez não eram gritos de
ordem, mas de medo, gritos de angústia e raiva. Presenciei muitas pessoas
caídas no chão, desmaiadas por causa do gás, pessoas sangrando, outras
apanhando da polícia, crianças sumidas...
Conversando com uma senhora na
manifestação, ela relatou sua indignação. Ela, que já tinha participado de uma
manifestação na ditadura, dizia estar exatamente igual àquela manifestação na
qual estávamos participando. E, de fato, foi tanta repressão que não
conseguimos voltar. Até cerca de 6 quilômetros do Congresso ainda se viam e
ouviam bombas. Fomos obrigados a ir embora, pois já não havia mais condições de
permanecer ali. Ao voltar para casa, me perguntei se estamos em um país livre
de fato ou se vivemos em uma falsa democracia. Paz e Bem!
OBS.: A Jufrista Luiza Andrade, secretária local de
DHJUPIC, também esteve presente na manifestação.
Lorena, 21 anos
Sec. Local de Finanças - Fraternidade Monte Alverne
(SJDR).
São João Del Rei/MG, 01 de dezembro de 2016.
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