Um grito pela paz no Oriente Médio

O Papa Francisco finalizou sua viagem pela Terra Santa, que foi cheia de surpresas do pontífice, que pregou insistentemente a mensagem da paz que vence o ódio e a guerra.
O último dia de viagem foi muito intensa, o Papa Francisco entrou na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém e foi recebido pelo Grand Mufti. Mais uma vez demonstrou o seu respeito pelos amigos muçulmanos, como definiu os seguidores do Islã. Aos rabinos de Israel, Francisco contou da amizade que sempre manteve com judeus em Buenos Aires.
Pôs flores no tumulo do criador do movimento sionista, Theodor Herzi, e foi ao memorial Yad Vashem prestar uma homenagem às vítimas do Holocausto. Em um discurso emocional e emocionante, Francisco falou sobre o mal que tomou conta dos que torturam e mataram.
Na visita ao presidente de Israel, Shimon Peres, Francisco voltou a pedir paz no Oriente Médio e liberdade para que todos possam visitar Jerusalém, condenou o terrorismo e qualquer forma de intolerância religiosa.
No domingo, o Papa Francisco surpreendeu a todos com um texto que não fazia parte dos discursos oficiais. Convidou Peres e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para irem juntos ao Vaticano. “Ofereço a minha casa para um encontro de orações”, disse.
Os dois presidentes aceitaram o convite. Uma iniciativa simbólica, que pode ganhar força. As negociações de paz entre os dois lados estão paralisadas. Shimon Peres está deixando a presidência de Israel, por isso, o encontro deverá ser feito no dia 6 de junho.
O Papa quebrou o protocolo pela terceira vez, atendendo a um pedido de última hora de Benjamin Netanyahu e visitou um lugar em homenagem a israelenses mortos em atentados terroristas. Foi uma tentativa do presidente de compensar o gesto do Papa, quando ele visitou a barreira com a pichação ‘Libertem a Palestina’, e uma preocupação muito forte do Papa com a paz na região.
Após a visita privada à Gruta da Natividade de Belém, o Santo Padre foi até o “Phoenix Center” de Belém – um centro de reintegração social criado no campo de refugiados de Dheisheh –, onde encontrou as crianças palestinas que vivem neste campo e nos de Aida e Beit Jibrin.
A violência se vence com a paz
No dia 25, Francisco participou de um encontro intenso com crianças e jovens. As crianças acolheram o Papa mostrando cartazes com escritas de denúncia: “Cristãos e muçulmanos vivem sob ocupação” – ressaltava um deles. E outro dizia: “Jamais vi o mar”.
Um garoto saudou o Papa falando em italiano: ”Querido Papa Francisco, somos filhos da Palestina. Há 66 anos nossos pais sofrem a ocupação. Abrimos nossos olhos sob esta ocupação e vimos a ‘nakba’ (catástrofe, ndr) nos olhos de nossos avós, quando deixaram este mundo. Queremos dizer ao mundo: basta sofrimentos e humilhações!”, desabafou.
O Pontífice agradeceu às pelas mensagens: “Li aquilo que vocês escreveram nestas folhas” – disse Francisco falando em espanhol – “e compreendo aquilo que estão me dizendo e a mensagem que estão me dando. Jamais deixem que o passado determine a vida. Olhem sempre para frente. Trabalhem e lutem para obter aquilo que vocês querem”, ressaltou o pontífice.
“Porém – observou –, saibam de uma coisa, que não se vence a violência com a violência! A violência se vence com a paz! Com a paz, com o trabalho, com a dignidade de fazer a pátria seguir adiante! Muito obrigado por terem me recebido! E peço a Deus que abençoe vocês! E peço-lhes que rezem por mim! Muito obrigado!”, finalizou.

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