JUFRA marca presença no Encontro da Articulação Nacional e Internacional de Atingidos pela Vale

No dia 16 e 17 de abril de 2013 no Colégio Assunção no Rio de Janeiro, se reúne: moradores de comunidades impactadas, movimentos sociais e organizações sindicais,  para debater a atuação da mineração feita pela Vale em suas regiões. Estavam presente representantes de vários estados brasileiros (Minas Gerais, Pará, Maranhão, Goiás e Rio de Janeiro) e de vários países da América Latina (Colômbia, Chile, Peru, Bolívia), da América do Norte (Canadá) e da África (Africa do Sul e Moçambique). O encontro começou com uma breve contextualização com informações gerias da Vale; informações econômicas da empresa; informações sobre: sonegação fiscal, impactos sobre as comunidades, estratégias de marketing, remoções forçadas, mortes de trabalhadores.
 Logo após começou uma rodada de entrevistas com todos os representantes das comunidades impactadas, onde eles trouxeram informações que na maioria das vezes não são divulgadas nos jornais, na televisão ou em qualquer outro meio de comunicação que seja, tais como: violações de direitos humanos, destruição do meio ambiente, remoções forçadas de comunidades, atentados contra a vida e uma serie de coisas mais que os meios de comunicação não faz questão nenhuma de abordar É uma pena que nem todo mundo tem a oportunidade de conhecer de perto a realidade dessas pessoas que são afetadas drasticamente pela mineração da Vale, pois tenho certeza que se a sociedade  conhecesse um terço da realidade dessa “ grande empresa “, ela sem sombras de duvidas não estaria atuando mais.
 A vale alega contribuir para a melhoria das condições de vida das populações, com altos investimentos de seus recursos para “ gerar oportunidade para as regiões”. Mas não é isso que vivenciam as comunidades atingidas pela Vale. Em Moçambique, por exemplo, os mega-projetos de mineração de Moma e Moatize resultaram na remoção de cerca de 760 famílias camponesas das suas comunidades, como forma de possibilitar a abertura de minas de carvão, entre 2009 e 2010. No Pará, a estrada de ferro Carajás (EFC), da Vale, corta 94 localidades, O intenso fluxo de pessoas das comunidades vizinhas à ferrovia e a ausência de mecanismos de proteção e sinalizações fazem com que, em media, uma pessoa morra a cada mês atropelamento pelos trens operados pela Vale. Somente em 2007 foram contabilizadas 23 mortes. Esses são só uns dos vários depoimentos de pessoas que sofrem com os impactos trazidos pelos Vale.
             No dia 17 nós participantes do Encontro da Articulação Nacional e Internacional de Atingidos pela Vale nos unimos  a militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em marcha pelas ruas do Centro do Rio em direção à sede global da Vale S.A, para protestar contra as descabidas violações cometidas pela empresa. Com faixas, cartazes e gritos de ordem, os manifestantes denunciaram os atos de irresponsabilidades cometidos pela segunda maior mineradora do mundo. Entre os casos emblemáticos de atuação mortífera da empresa está o financiamento da chacina em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando 19 trabalhadores rurais do MST foram massacrados pela força policial, em uma ação desumana orquestrada com apoio de grandes latifundiários da região, do Governo do Estado e do comando geral da Segurança Pública do Pará.
            Percebemos o quanto a causa da luta dessas pessoas é nobre  e que sozinhos, vão ter muita dificuldade de enfrentar essa gigante empresa que é a Vale, mas nos enquanto Jovens Jufristas devemos e podemos fazer algo pra ajudar essas pessoas. Mesmo que não sendo atingidos diretamente não podemos deixar que essa empresa acabasse com as nossas maiores riquezas: o Ser Humano e o Meio Ambiente.  Uma vez que reafirmamos nosso compromisso na carta de Guaratinguetá de sermos presença desafiadora na sociedade, inserindo-nos no meio  popular e assumindo-o , devemos então assim fazer, ajudando nossos irmãos, na luta contra essa empresa que só pensa no lucro financeiro e esquece que o “ lucro “ maior é a vida.
                                                                                 
                                                                                Caminhar é ir em busca de metas. Significa mover-se para ajudar muitos outros a moverem-se, no sentido de tudo fazer para criar um mundo mais justo e humano.” Dom Helder Camara


Celso Junior Silva
Subsecretario Regional de Comunicação
Subsecretario Local de DHJUPIC
Fraternidade Dom Helder Câmara – Uberlândia (MG)

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