Mensagem de reflexão para a Páscoa do Assistente Espiritual e Secretária Fraterna Nacional da Jufra do Brasil
“Grande
alegria também tenha todos e todas nós, Povo de Deus em marcha, Igreja dos
Pobres, Comunidade de Comunidades, erguendo-nos como velas de um fogo novo, que
já está aceso na terra, nas fogueiras da liberdade, e gritemos com nossa vida
uma rajada de Aleluias!” (Emanuelson Matias de Lima)
“Não nos
fechemos à novidade que Deus quer trazer à nossa vida” Papa Francisco; In: Homilia
da Vigília Pascal
Ipojuca/ PE e Uberlândia/MG, 31 de
março de 2013.
Solenidade da Páscoa de Nosso Senhor
Jesus Cristo.
Amados/as irmãos e irmãs jufristas do Brasil,
Paz e bem!
É com a força do Cristo Crucificado
e Ressuscitado que queremos saudar a toda a Juventude Franciscana do Brasil,
desejosos de que esta nossa saudação chegue a cada jufrista que dela faz parte.
Através
desta mensagem, aliás a primeira nossa, queremos aqui manifestar o desejo de
estar em comunhão com vocês para juntos refletirmos sobre a Experiência Pascal.
E, para isso, não podemos deixar de ver com um olhar de contemplação e louvor
este momento tão propício do Ano Litúrgico, aliás essencial em nossa caminhada,
para que possamos com profundidade renovar a nossa fé no Deus da Vida e no
Mistério da Salvação.
“Ressuscitou!” (Lc 24,6). Esta é, meus
queridos irmãos e irmãs, a experiência dos que comeram e beberam com Ele depois
da sua ressurreição (Atos 10,41), e de todos os que se sentem renascidos “para a esperança viva, para a herança
incorruptível” (1Pe 1,3-4). “Ressuscitou!”
Este é o fundamento da nossa fé, a razão da nossa esperança e o motivo da nossa
caridade: “Se Cristo não ressuscitou,
vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé” (1Cor 15,14). Sem esta
experiência, a cruz de Jesus e as nossas seriam uma tragédia e a vida cristã um
absurdo. A partir dela, ao contrário, podemos cantar com a liturgia: “Salve, ó cruz, nossa única esperança!”.
Eis aqui o núcleo central da nossa fé!
Celebrar a Páscoa de Cristo é
celebrar a nossa Páscoa e a nossa fé. E celebrar a nossa fé, por sua vez, é
sempre um novo convite a renovarmos a nossa identidade cristã. Conversando com
diversos irmãos/ãs de todas as partes deste nosso imenso Brasil, temos sempre
percebido uma preocupação por vezes bem comum: a de não perdermos de vista a
nossa vocação cristã, com tudo aquilo que ela implica – discipulado, missão,
testemunho, serviço – e, por conseguinte, a nossa própria missão enquanto
JUFRA. Nos últimos anos temos sempre e de novo levantado questionamentos acerca
de como deve ser a nossa presença e missão na Igreja, na sociedade e no mundo,
já que nos propomos a abraçar e a viver o carisma franciscano, como jufristas,
considerando tudo aquilo que é próprio da nossa juventude e de nossa realidade
humana.
Em
vista disso, gostaríamos de refletir junto a cada jufrista: Como podemos avaliar o velho e o novo, em
nossa caminhada de Igreja e de fraternidade? Como entender o que foi feito e o
que já não mais fazemos? Como
considerar a caminhada de cada uma de nossas Fraternidades de JUFRA, desde o
seu surgimento, e ao mesmo tempo se lançar para dar novos passos (necessários e
urgentes), em busca de construir novos caminhos e ousar novas formas de ser
presença?
Creio que a volta constante à ‘experiência
fundante’ da JUFRA tem de ser o critério para julgar o velho e o novo: o
que nos vem dos inícios do Movimento e se constituiu a nossa identidade, e o
que tem de ser recriado e superado para que a JUFRA seja verdadeiramente um
sinal de vida e de transformação, e se torne significativa para os outros.
Chamamos a atenção de vocês para
observarem que a experiência de Deus que nós fazemos na JUFRA é uma experiência
franciscana que se insere numa experiência maior e mais abrangente: A
EXPERIÊNCIA CRISTÃ. Foi essa a experiência que Francisco de Assis fez: uma
experiência cristã; e a fez tão profundamente e tão radicalmente, que não teve
como deixar de amar a sua Igreja e todos os que fazem parte dela, apesar de
todas as contradições da sua época, justamente porque acreditava que podia
fazer diferente, que podia fazer ‘evangelicamente’, estando inserido
nela, se posicionando dentro e a partir dela!
É essa a experiência que deve
conduzir o nosso processo constante de retorno ao nosso ideal, à nossa ‘experiência
fundante’!
Temos realmente se lançado nessa
experiência? A nossa vida tem sido um testemunho autêntico da pessoa de Jesus
Cristo e da experiência que fazemos dele na nossa vida? O que ainda nos falta
para vivermos essa experiência com maior radicalidade e ousadia?
Seja a celebração da Solenidade
Pascal uma ocasião propícia para retomarmos todos estes questionamentos em
nossa vida, à luz do próprio Crucificado-Ressuscitado que se encarnou de tal
modo na história humana que fez do Projeto de Salvação do Pai o seu Projeto de
Vida. Seja o Projeto de Vida de Jesus o nosso! Sejam sua Encarnação e doação
fonte de inspiração para nossa caminhada, para retomarmos nosso compromisso de
vivermos também nós, de maneira encarnada, a serviço dos Crucificados de hoje!
Que
nesta Páscoa, à luz dessa experiência do Cristo que venceu a morte para nos dar
a vida, antes de celebrarmos a vitória de Cristo sobre a morte, possamos nos
unir a tantos irmãos que carregam a sua cruz e sofrem as dores da injustiça e
da exclusão que o sistema capitalista lhes impõe, sistema este que muitas vezes
o legitimamos, por nossa omissão e nossa falta de uma maior consciência crítica
sobre a realidade que nos cerca, sobre a sociedade em que vivemos!
Que
à luz do Acontecimento Pascal, a Juventude Franciscana renove e
fortaleça, e faça nascer onde ainda não é visível, a sua missão de ser um sinal
de transformação, capaz de realizar na sociedade a Páscoa: a Passagem, dos
sinais de morte – individualismo, desigualdade, injustiça... – para os sinais
de vida – fraternidade, solidariedade, justiça, paz...
Que
o Senhor Jesus Cristo, que confiou a nós a Sua missão libertadora e salvadora,
nos abençoe, nesta Páscoa e sempre, nos concedendo a graça de, por mais um Ano
Pascal, abraçarmos, como fraternidade, esta Sua Missão.
Feliz
e abençoada Páscoa! Que o Senhor vos dê a Paz!
Fraternalmente,
Frei Wellington Buarque de
Souza, OFM
Assistente Espiritual Nacional
para a JUFRA do Brasil
Mayara Ingrid Sousa Lima
Secretária Fraterna Nacional da JUFRA do
Brasil
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