Solenidade de Pentecostes

“O amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo seu Espírito que habilita em nós, aleluia!”
(cf. Rm 5,5; 10,11)


Meus queridos Irmãos,

Vivemos hoje a grande festa da Igreja Universal: a manifestação do Espírito Santo sobre a Igreja nascente. É o Espírito Santo que anima e que ilumina a vida da comunidade e dos fiéis cristãos.

Poderíamos iniciar a nossa reflexão com uma indagação: Pentecostes é o aniversário da Igreja? De certa maneira sim. A primeira comunidade tinha sido reunida por Jesus durante a sua vida. Mas o que foi tão decisivo na data de Pentecostes, depois da morte e ressurreição de Jesus, é que aí começou a proclamação ao mundo inteiro da Salvação em Jesus Cristo, morto e ressuscitado.

Para os antigos judeus, Pentecostes era o aniversário da proclamação da lei no monte Sinai: esta proclamação constituiu, por assim dizer, Israel como povo, deu-lhe uma “constituição”. De modo semelhante, quando os apóstolos proclamam no dia de Pentecostes a salvação em Jesus Cristo, é constituído o novo povo de Deus. Não só Israel, mas todos os povos agora alcançados, cada um em sua própria língua, conforme nos ensina a primeira leitura.

São Francisco de Assis ensina que: “É o Espírito Santo do Senhor, que habita nos fiéis, quem recebe o santíssimo Corpo e Sangue de Cristo”. Assim, será nula a comunhão, se não estivermos santificados pelo poder do Espírito Santo. E por menores que sejamos, seremos dignos do Senhor, porque não é a pequenez que conta, mas a grandeza do Espírito Santo de Deus em nós.

O Espírito Santo é o Paráclito. Paráclito que significa advogado, consolador e sustentador de nossas vidas. Paráclito é uma palavra composta e indica um amigo ou uma pessoa de confiança chamada para nos ajudar num momento de crise ou de dificuldade; mas indica também o consolo que sentimos, a segurança que esperamos de Deus, que experimentamos na nossa fé, na certeza de que o Espírito de Deus sempre caminha ao nosso lado para nos proteger, consolar e sustentar na constância da fé e da caridade.

Jesus, no Evangelho, envia os apóstolos para a missão e dá a certeza de que o Espírito Santo sempre velará e acompanhará na missão de anúncio do Reinado e senhorio de Deus. Dentro da fragilidade dos ministros sagrados, mas impregnados pela graça santificante de Deus, abandonando todos os paradigmas da perseguição e da calúnia que desune a comunidade, o Espírito Santo nos envia para a missão porque “Tudo posso naquele que me fortalece”(cf. Fl 4,13).

A missão da Igreja continua em nossos dias. É nosso dever tentar alcançar com a nova evangelização todas as gentes, povos, grupos, classes e raças. A comunhão a todos reúne. No Espírito Santo, espírito de amor e unidade, todos podem entender-se. O Espírito é a alma da Igreja, o calor de nossa fé e de nossa comunhão eclesial. A Igreja, por sua unidade no Espírito, no vínculo da paz, torna-se sacramento do perdão, da unidade, da paz no mundo, na medida em que ela se coloca em contacto com o Senhorio do Cristo pascal, na evangelização e na vivência do amor.

Viver o Cristo e amar o próximo pode ser o resumo da presença do Espírito Santo entre nós. Amém!


Por: Padre Wagner Augusto Portugal


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