Nota oficial sobre a greve de fome de Dom Luiz Flávio Cappio, OFM

Caríssimos (as) irmãos (as) da JUFRA do Brasil, paz e bem!Neste momento em que Dom Luiz Flávio Cappio, OFM, Bispo da diocese de Barra-BA, já entra na terceira semana de greve de fome, em pról da vida, presente no Rio São Francisco, a Juventude Franciscana do Brasil, associando-se a Dom Cappio e a CNBB, não poderia deixar de se manifestar a favor da vida, da revitalização do Rio São Francisco, do diálogo franco, aberto e democrático com o governo federal.Portanto, unamo-nos a Dom Cappio e a toda a Igreja do Brasil reunida neste momento.Para isso, segue abaixo Nota oficial da CNBB sobre a luta de Dom Cappio.
Conclamo a todos a abraçarem esta causa e a repassarem este material.Que o Senhor nos abençoe e nos guarde!Abração fraterno.

Jackson dos Santos Barbosa
Secretario Fraterno Nacional da JUFRA do Brasil


CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

NOTA DO CONSELHO EPISCOPAL DE PASTORAL


“Senhor, concede a vida do meu povo pelo qual te peço” (cf. Ester 7, 3).

O jejum e a oração de Dom Luiz Flávio Cappio, ofm, bispo da diocese de Barra-BA são motivados por seu espírito de pastor que ama seu povo. Dom Luiz expressa seu constante compromisso em defesa do Rio São Francisco e da vida das populações ribeirinhas – agricultores, quilombolas, povos indígenas – e de outras áreas. Sua atitude revela respeito à dignidade da pessoa e da criação e sua convicção de que o ser humano é capaz de conviver em harmonia e respeito com o meio-ambiente.

Assim, Dom Luiz Cappio traz à luz o embate entre dois modelos opostos de desenvolvimento: de um lado, o modelo participativo e sustentável, que valoriza a agricultura familiar e a preservação da natureza; e de outro, o que privilegia o agro e hidro negócios, com sérios prejuízos ambientais e sociais, pois explora o povo e destrói os rios e as florestas. Sua luta em defesa do Rio São Francisco é respaldada pelo que diz o documento de Aparecida: “A riqueza natural dos nossos países experimenta hoje uma exploração irracional e vai deixando um rastro de dilapidação, inclusive de morte por toda nossa região. Em todo esse processo, tem enorme responsabilidade o atual modelo econômico, que privilegia o desmedido afã pela riqueza, acima da vida das pessoas e dos povos e do respeito racional pela natureza” (DA 473).

A CNBB tem afirmado, junto ao governo e à sociedade, a necessidade de dar continuidade a um amplo diálogo sobre o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco. Tem sinalizado também a importância da revitalização do Rio e a garantia de toda população ao acesso à água de boa qualidade como um direito humano e um bem público. O Governo democrático tem a responsabilidade de interpretar as aspirações da sociedade civil, em vista do bem comum, de oferecer aos cidadãos a possibilidade efetiva de participar nas decisões, de acatar e de respeitar as determinações judiciais, em clima pacífico.

Julgamos necessário considerar outras propostas alternativas, socialmente adequadas e eficazes, apresentadas por entidades governamentais, especialistas e movimentos sociais, a custos menores e com possibilidade de atingir maior número de pessoas e municípios. Entre essas, destacamos as apresentadas pela ANA (Agência Nacional das Águas), através do Atlas Nordeste, e pela ASA (Articulação do Semi-Árido brasileiro) com a construção de um milhão de cisternas.

Neste tempo de Advento, vivenciando a esperança, convidamos as comunidades cristãs e pessoas de boa vontade a se unirem em jejum e oração a Dom Luiz Cappio, por sua vida, sua saúde e em solidariedade à causa por ele defendida. A esperança não decepciona (Rm 5,5).

Brasília, 12 de dezembro de 2007.
Festa de Nossa Senhora de Guadalupe.

DOM GERALDO LYRIO ROCHA
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

DOM LUIZ SOARES VIEIRA
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

DOM DIMAS LARA BARBOSA
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

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