Perdão de Assis 2023
Celebrar a Festa do Perdão de Assis é cultivar a
misericórdia dentro da Fraternidade e fazer dessa ação um ato de amor constate
para com o próximo. A transversalidade da Cruz nos coloca no mesmo caminho
percorrido pelo jovem Francisco em sua forma de viver o Evangelho. Isso lhe
possibilitou um encontro com Deus na pessoa de cada irmão e irmã presentes na
dinamicidade evangélica de vida.
Ao atualizarmos sua mensagem de amorosa compaixão
enxergaremos o próprio crucificado, certos de que em cada ato de perdoar não
somos o reflexo da nossa própria autoimagem mais sim o manifesto carinho de
Deus para conosco. Outrora, um retorno para a casa paterna, um vínculo de paz
que se perpetua com o coração.
As adversidades que comprometem a fraternidade podem ser vencidas
quando escolhemos abrir mão do nosso orgulho e egoísmo, afim de exercitarmos
uma escuta autentica e encarnada, é preciso saber ouvir com ouvidos da
misericórdia.
Individualizar a vida é se colocar como membro solitário
de um largo caminho disperso, o que não é fraterno, e nem faz botar a sinodalidade
em nosso meio. Caminhar juntos (as) também é deixar-se imprensar nas vielas
mais difíceis do caminho da Altíssima pobreza, é enxergar quem caminha ao nosso
lado e poder chamar-lhe pelo nome. A mensagem principal deste dia em que
celebramos o perdão é justamente esse conectar-se com Deus na imagem viva e
presente do outro, é saber reconhecer o projeto de Deus em Francisco que é
querer levar todos ao paraíso.
Num mundo marcado pelo individualismo espiritual a nossa
meta é romper com às barreiras que impedem a vivencia evangélica do encontro
com o outro. É compreender com o coração que a nossa missão é estar em constante
saída e indo ao encontro daqueles que mais necessitam de misericórdia. Perdoar
é um ato de coragem coletivo, pois somente na cruz saberemos o real sentido da
palavra perdão, as linhas cruzadas nos mostram a reconciliação com Deus que
perpassa a fraternidade de irmãos (as).
Sem perder o Espirito de oração e devoção, poderemos por
finalidade na pequenina imagem de Santa Maria da Porciúncula, perceber a
minoridade do sentido ser fraterno. A virgem Maria e seu filho Jesus aparecem
ao menor dos homens desta terra e lhes concedem a maior graça que é a de levar-nos
ao céu.
O paupérrimo Francisco não é egoísta ao pedido de que
todos fossem salvos, ele não quis ir sozinho ao paraíso mais tomou como
prioridade o desejo de seu coração que foi o Dom da fraternidade dada por Deus,
perola evangélica. Tesouro da amizade social, que é fraterna e ao mesmo tempo
sororal.
A condição dada para o alcance da graça eterna é apenas
uma, a saber, rezar pelo Santo Papa. Neste predileto pedido há uma causa maior
que nos convida a ser família de Deus e nisto orar com esta intenção. O frágil
Francisco de Roma tantas vezes vilipendiado pela causa evangélica necessita das
nossas proféticas orações, não de um devocionismo egoísta e sem atitudes,
trata-se aqui de assumir com às nossas preces a opção preferencial pelos mais
pobres e pela fraternidade universal e nisto consiste o estar no meio deste e agir
com misericórdia.
Um texto de Felipe Ferreira de Almeida Cruz-Secretario Fraterno do Distrito Sertão Regional PE/AL.
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