17 DE SETEMBRO: A IMPRESSÃO DOS ESTIGMAS DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS



Da contemplação ao sublime gesto de tamanha devoção.


O Papa Bento XI concedeu à Ordem dos Frades Menores que todos os anos, no dia 17 de setembro, celebrassem, no grau de festa, a memória de tão memorável prodígio, comprovado pelos mais fidedignos testemunhos.

Francisco amou tanto a Cristo que dedicou sua vida por esse amor em forma de exemplo e devoção. Vivenciar os ensinamentos de um Deus que se fez homem, simples, mas livre do mal dos pecados era o que motivava Francisco a seguir seus passos, mesmo enquanto pobre e pecador, esse vivenciou em seus caminhos, imprimindo em suas ações os ensinamentos do evangelho.

Para se desvencilhar do “barulho” do mundo, Francisco se retirava para um encontro ainda mais próximo com o próprio Cristo. Esses encontros aconteciam por diversas vezes no Monte Alverne, na Itália, onde o frei se retirava constantemente e se colocava em momentos de reflexão e oração. Ao se retirar, pedia a Deus sinais que lhe falassem qual deveria ser sua missão, se poderia se afastar para rezar ou se deveria sair ao mundo para pregar. Sempre atento aos sinais que lhe eram enviados, entendia então qual deveria ser seu comportamento naquele momento. 

Seguindo assim, dois anos antes de sua morte, o pobre de Assis, recebe impresso em seu corpo as cinco Chagas de Jesus crucificado, estigmas esses concedidos por um Serafim alado, na data de 1224, no Monte Alverne, em Assis na Itália.

“Sabes, disse Cristo, o que eu te fiz? Eu te dei os Estigmas que são os sinais da minha paixão, para que tu sejas o meu porta-bandeira. E, assim como no dia de minha morte desci ao limbo, e carreguei todas as almas que lá encontrei em virtude de meus Estigmas, assim te concedo que, cada ano, no dia da tua morte, possas ir ao purgatório e trazer todas as almas das tuas três Ordens, isto é, Menores, Irmãs e Continentes, e também dos outros que a ti forem muito devotos e que lá encontrares, em virtude dos teus Estigmas, e as leves para a glória do paraíso, para que sejas conforme a mim na morte, como és na vida”. (ConsE 3)  

Nas Fontes Franciscanas encontramos as Cinco Considerações sobre os Estigmas de São Francisco de Assis, sendo elas exemplos das cinco chagas de Cristo e como cada uma delas representa a própria devoção do bem-aventurado pai.

A primeira consideração é de “como São Francisco chegou ao santo monte Alverne”;

A segunda consideração é da “vida e conversação que ele teve e manteve com os seus companheiros no dito monte”;

A terceira é da “aparição seráfica e a impressão dos estigmas”;

A quarta faz memória de como “São Francisco desceu do monte Alverne depois de ter recebido os estigmas e voltou a Santa Maria dos Anjos”;



E a quinta relembra “certas aparições e revelações divinas feitas depois da morte de São Francisco a santos frades e a outras pessoas devotas dos ditos gloriosos estigmas”.

Nesta data em especial, fazemos memória da terceira consideração. 

“Ó Senhor meu Jesus Cristo, duas graças te peço que me faças antes que eu morra: a primeira é que em vida eu sinta na alma e no corpo, quanto for possível, aquelas dores que tu, doce Jesus, suportaste na hora da tua acerbíssima paixão; a segunda é que eu sinta no meu coração, quanto for possível, aquele excessivo amor do qual tu, Filho de Deus, estavas inflamado para voluntariamente suportar uma tal paixão por nós pecadores”(I Fioretti).  

Pedimos que assim como Francisco pediu duas graças e lhe foram concedidas, que nós também possamos sentir em nosso íntimo e de todo o coração, o amor de Deus pai. Rezemos juntas e juntos!

Oração a São Francisco – Papa João Paulo II Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne, o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado. Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem, dos teus pés descalços e feridos, das tuas mãos trespassadas e implorantes. Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho. Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência. Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado, que oprimem a sociedade hodierna. Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz nas Nações e entre os povos. Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente às insídias das múltiplas culturas da morte. Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar. A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança. Amém.


Referências: Fontes franciscanas. Liturgia das Horas. Oração a São Francisco das Chagas - São João Paulo II. Em 17.09.1983, na Capela dos Estigmas, no Monte Alverne.

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